Do fundo do mar... Sea bottom
Sunday, September 12, 2004
Expedição da Jangada "Kon Tiki" Vai Repetir-se em 2005
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Público online.
Por ANDREIA OLIVEIRA
Domingo, 12 de Setembro de 2004
Quase 60 anos depois do antropólogo norueguês Thor Heyerdahl ter realizado uma expedição pelo Pacífico, numa jangada feita de balsa, para demonstrar a validade da sua teoria sobre o povoamento da Polinésia, uma equipa liderada pelo seu neto prepara-se para repetir a proeza.
Olav Heyerdahl estará entre o grupo de seis homens que irá partir do Perú para viajar até ao Tahiti, percorrendo uma distância de cerca de 500 quilómetros durante 101 dias - exactamente o mesmo tempo que durou a viagem de Thor Heyerdahl, em 1947.
Thor Heyerdahl construiu uma réplica das jangadas de madeira de balsa, com técnicas e materiais colombianos, usadas pelos índios sul-americanos desde tempos ancestrais. Baptizou-a "Kon-Tiki" e, em Abril de 1947, reuniu um grupo de cinco homens e partiu da costa do Perú. O objectivo da expedição era provar a sua teoria de que a Polinésia teria sido povoada por povos oriundos da América do Sul.
A ideia não era aceite pelos cientistas na época: era consensual entre os especialistas que a população da Polinésia era originária do oeste, nomeadamente da Indonésia. Um dos argumentos contra a teoria de Heyerdahl era a falta de indícios de que os sul-americanos pré-colombianos teriam barcos capazes de cruzar o oceano Pacífico e percorrer tamanha distância.
A expedição foi um sucesso, pelo menos em termos de notoriedade pública: um filme que relatava a expedição chegou a ganhar um Óscar e um livro que contava a longa viagem pelo oceano foi traduzido em 70 línguas. "Pretendemos voltar a fazer exactamente o mesmo percurso realizado por Heyerdahl, mas desta vez com os olhos postos na natureza e no ambiente", disse a AFP líder da expedição, Torgeir Higraff .
"São muitas as mudanças desde a década de 40", reconheceu. A floresta do Equador onde o antropólogo encontrou a madeira de balsa para fazer a jangada tem sido devastada nestes últimos anos e o aquecimento global tem vindo a destruir os recifes de corais e provocado tempestades cada vez mais frequentes no Pacífico. "Mas esperamos que a poluição de petróleo tenha diminuído graças às rigorosas leis internacionais", disse anda o biólogo Dag Oppen-Berntsen.
O início da expedição está agendado para o dia 28 de Abril de 2005, e a viagem foi baptizada com o nome "Tangaroa", que simboliza o deus do Mar da Polinésia. "Kon-Tiki" era o nome do deus-Sol Inca.
A jangada utilizada para a viagem será feita do mesmo material que a "Kon-Tiki", mas a tripulação do Tangaroa levará a bordo material que permita a navegação por satélite, de forma a diminuir os riscos inerentes a esta travessia.
O projecto será financiado por mecenas e por particulares, estimando-se que tenha um custo de 744.300 euros.
Público online.
Por ANDREIA OLIVEIRA
Domingo, 12 de Setembro de 2004
Quase 60 anos depois do antropólogo norueguês Thor Heyerdahl ter realizado uma expedição pelo Pacífico, numa jangada feita de balsa, para demonstrar a validade da sua teoria sobre o povoamento da Polinésia, uma equipa liderada pelo seu neto prepara-se para repetir a proeza.
Olav Heyerdahl estará entre o grupo de seis homens que irá partir do Perú para viajar até ao Tahiti, percorrendo uma distância de cerca de 500 quilómetros durante 101 dias - exactamente o mesmo tempo que durou a viagem de Thor Heyerdahl, em 1947.
Thor Heyerdahl construiu uma réplica das jangadas de madeira de balsa, com técnicas e materiais colombianos, usadas pelos índios sul-americanos desde tempos ancestrais. Baptizou-a "Kon-Tiki" e, em Abril de 1947, reuniu um grupo de cinco homens e partiu da costa do Perú. O objectivo da expedição era provar a sua teoria de que a Polinésia teria sido povoada por povos oriundos da América do Sul.
A ideia não era aceite pelos cientistas na época: era consensual entre os especialistas que a população da Polinésia era originária do oeste, nomeadamente da Indonésia. Um dos argumentos contra a teoria de Heyerdahl era a falta de indícios de que os sul-americanos pré-colombianos teriam barcos capazes de cruzar o oceano Pacífico e percorrer tamanha distância.
A expedição foi um sucesso, pelo menos em termos de notoriedade pública: um filme que relatava a expedição chegou a ganhar um Óscar e um livro que contava a longa viagem pelo oceano foi traduzido em 70 línguas. "Pretendemos voltar a fazer exactamente o mesmo percurso realizado por Heyerdahl, mas desta vez com os olhos postos na natureza e no ambiente", disse a AFP líder da expedição, Torgeir Higraff .
"São muitas as mudanças desde a década de 40", reconheceu. A floresta do Equador onde o antropólogo encontrou a madeira de balsa para fazer a jangada tem sido devastada nestes últimos anos e o aquecimento global tem vindo a destruir os recifes de corais e provocado tempestades cada vez mais frequentes no Pacífico. "Mas esperamos que a poluição de petróleo tenha diminuído graças às rigorosas leis internacionais", disse anda o biólogo Dag Oppen-Berntsen.
O início da expedição está agendado para o dia 28 de Abril de 2005, e a viagem foi baptizada com o nome "Tangaroa", que simboliza o deus do Mar da Polinésia. "Kon-Tiki" era o nome do deus-Sol Inca.
A jangada utilizada para a viagem será feita do mesmo material que a "Kon-Tiki", mas a tripulação do Tangaroa levará a bordo material que permita a navegação por satélite, de forma a diminuir os riscos inerentes a esta travessia.
O projecto será financiado por mecenas e por particulares, estimando-se que tenha um custo de 744.300 euros.
